No 8 de Janeiro era dada notícia de um fenómeno nos
céus de S. Miguel, que mereceu destaque de primeira página nos jornais
diários da ilha. Segundo os
testemunhos, o fenómeno surgiu no quadrante Este deslocando-se a uma
velocidade muito baixa na direcção Este-Oeste, gerando um rasto de “fogo” muito intenso e
luminoso. Para alguns era tido como a entrada de um meteoro nesta área do
Atlântico Norte, para outros poderia ser um avião em altitude. A imagem que
aqui apresentamos, foi-nos fornecida por Miguel Acácio Silva (TELACO) que
presenciou o fenómeno e que logo me telefonou a dar conta do sucedido
remetendo a sua imagem por correio electrónico. Analisámos
esta imagem, bem como as outras publicadas no dia 10 de Janeiro no vespertino
Açoriano Oriental, utilizando algum software mais apropriado e chegámos a
seguinte conclusão: 1. O fenómeno não foi acompanhado por nenhum
“boom” audível de acordo com as testemunhas; 2. Não foi acompanhado por outros fenómenos
semelhantes, caso tivesse sido um meteorito com a dimensão colossal do
objecto que atravessou o céu (haveria muito provavelmente uma pequena “chuva”
de micro-meteoritos); 3. O Sol estava abaixo do horizonte e os seus
raios iluminavam, não um rasto, mas dois rastos de vapor de água,
provenientes de dois reactores de um grande avião. Analisados mais em detalhe
na componente azul da luz branca, os rastos eram inclusivamente soprados pelo
vento que se fazia sentir em altitude, dispersando-os em pequenos flocos; 4. O avião não era visível, porque
simplesmente com a orientação que levava conjugada com a direcção dos raios
solares, fazia com que a sua carlinga acinzentada não reflectisse a luz
solar, confundindo-se, aquela distancia, com o azul acinzentado de fim de
tarde do céu. 5. Pesquisados na Internet os sites que
noticiam a reentrada ou lançamento de foguetões ou de transito de satélites
artificiais, nada constámos para aquela hora e região do céu com magnitude
idêntica ao manifestado pelo fenómeno. Assim,
aconselha-se mais prudência aos OCS na interpretação que fazem de fenómenos,
que como neste caso, sendo resultado natural da actividade humana, podem
induzir facilmente em erro. Mais uma
vez, confirma-se a importância, que terá um Observatório Astronómico na
descodificação destes fenómenos. Ficamos a aguardar melhores dias para a
Ciência e para a juventude! |
Ponta Delgada, Azores, Lat. 37,733 Long. –25,667 Alt. 50m |
Clique na imagem para ampliar © Miguel Acácio Silva (publicada sob a sua
autorização) |
Actividade solar em
baixa |
A actividade solar continua a registar índices muito baixos, bem
representativos da fase presente de Mínimo Solar (consulte o gráfico da
autoria da NASA/SOHO). Deste modo apenas algumas protuberâncias tem sido
visíveis nas últimas semanas, algumas do tipo “pluma” direccionada pela
rotação do Sol e pelo vento solar que adquirem formas muito interessantes e
belas. Clique nas imagens para poder ampliá-las. A imagem da Protuberância
solar foi obtida por nós no dia 6 de Janeiro pelas 14h05 UTC em Ponta Delgada,
destacando-se a superfície solar com o seu reticulado cromosférico. |