Novembro 2007

Astronomia Amadora nos Açores

 

 

Cometa 17P/Holmes

O Holmes em 3 de Novembro mostrava claramente a existência de uma cauda.

O seu Coma continuava a aumentar de diâmetro enquanto o núcleo tornava-se estelar e muito brilhante.

Adquiria um aspecto amarelo esverdeado.

Imagem de 90 segundos.

A aplicação de diversos filtros, Larson Sekanina, Gradientes rotativos e a utilização de cores falsas, são um recurso importante para pôr em evidência estruturas do cometa.

Estas imagems mostram claramente a formação de uma cauda a partir do falso núcleo e o “coccon” de partículas e gases cada vez maior que envelopa o cometa.

Aplicação de filtros

Animação do cometa 17P/Holmes, entre os dias 31 de Outubro e 3 de Novembro, mostrando o rápido crescimento do envelope de partículas e gases resultantes da explosão inicial  que rodeia simetricamente o cometa.

As imagens foram obtidas sempre com a diferença de 24 horas, utilizando o mesmo dispositivo óptico e a mesma configuração instrumental: Canon 350D, 1600 ISO, imagens de 6 segundos, em foco primário de um Celestron 200mm f/10. Software Íris com idêntico protocolo para todas as imagens.

O cometa 17P/Holmes visto na noite de 7 de Novembro pelas 22:30 UTC.

Resultado da integração de 43 imagens de 20 segundos cada uma, com Canon 350D em foco directo num Scopos Baader ED 66. Clique nas imagens para ampliá~las.

Filtro Larson-Sekanina a evidenciar a estrutura interna da Coma e o Falso Núcleo.

Notar a “bow chock” gerada pela expansão acelerada de gases e partículas e ainda a estrutura nuclear “tripartida”.

A extensão do Coma do 17P/Holmes e a cauda direcionada a SW.

Em baixo com tratamento DDP.

O Espectro do 17P/Holmes em 31 de Outubro

Curva não normalizada e mosaico mostrando o espectro “raw” do cometa e de uma estrela. Não foi feito qualquer tratamento para subtrair o “fundo de céu” e o espectro da Lua.

O tratamento DDP evidencia a estrutura do falso núcleo.

 

Todas as imagens foram obtidas com um refractor Baader ED 66 e uma Canon 350D a 1600 ISO, com a integração de 43 x 20 segundos.

 

O céu apenas se manteve com uma aberta durante cerca de 15 minutos, tempo suficiente para levarmos a cabo estas observações.

 

O cometa continua visível a olho-nu e com uma coma em expansão.

Proeminência Solar em 7/11/2007

10 de Novembro

22:00 UTC

17P/Holmes e a estrela Mirfak do Perseu.

Integração 20x20s

 

 

Com filtro Larson_Sekanina

Este cometa periódico (P=6,9 anos) foi descoberto por Edwin Holmes em 6 de Novembro de 1892. Foram observadas as suas passagens de 1899 e 1906 , mas o cometa nunca mais foi visto depois de 1906 até 16 de Julho de 1964 por Elizabeth Roemer (USNO, Flagstaff, EUA) com a preciosa ajuda das previsões elaboradas por Brian Marsden. Depois dessa data este cometa foi sempre observado e acompanhado, apresentando magnitudes muito fracas (entre 15 a 17). Este é o segundo fenómeno explosivo, que levou a que o cometa no espaço de algumas horas, crescesse em brilho um milhão de vezes mais.  O fenómeno idêntico, datado de 1892, levou à sua descoberta devido precisamente a um “outburst”, quando Holmes, em Londres, procurava com a sua luneta a galáxia de Andrómeda (M31).

Hipoteticamente, este cometa poderá ter sido atingido por um asteróide que circula na sua trajectória. A característica explosiva do recente “outburst” leva a pensar que este ultimo choque com um outro corpo mais denso, tenha provocado a fragmentação desse corpo, e em parte do cometa, que agora forma uma cauda com orientação SW composta por fragmentos e poeiras muito densas. O impacto com o asteróide gerou também uma intensa onda de choque, cujo “bow chock” continua a evoluir e a expandir-se. Os gases e partículas iónicas formaram também uma cauda iónica, muito dispersa, que neste momento se desconectou do cometa, devido ao vento solar. O cometa apresenta CN (ácido cianídrico) na sua composição o que lhe dá um aspecto visual esverdeado. À data de 11 de Novembro o cometa apresentava novamente um ligeiro “outburst”, fazendo com que o núcleo fosse pouco visível, escondido pelo brilho da coma.

O “bow chock” e a segunda cauda evidenciada por um filtro Larson-Sekanina.

 

A espectroscopia do cometa e do campo estelar em seu redor

 

Imagem das Ordens 0 e +1 do cometa

 

Espectro “raw” do cometa, extraído o dark.

O Holmes em 11 de Novembro: 60x20s, Canon 350D, 1600ISO, Baader 66ED.